sábado, 2 de agosto de 2008

Síndrome de Closer.

Hoje assisti por acaso o último filme do china que já me deu alegria, Wong Kar Wai. "Amor à flor da pele" tá entre meus favoritos da década, mas esse "Um beijo roubado" é absolutamente descartável. É mais um daqueles filmes que mais parecem a programação da mtv: gente falando, videoclipe, gente falando, videoclipe... Fazer isso sem necessidade pode até ser interessante, principalmente se tiver mulher pelada, mas aqui os clipes apenas tornam o filme redundante.

Vamos lá: Fulana (Norah Jones) leva um chifre e começa a se lamentar diariamente no ombrinho do Jude Law, solteiro na pista. Os dois ficam lá sentados no bar, sozinhos, falando frases de efeito e comendo torta. Como já disse, diariamente. Não precisa ser nenhum gênio pra saber onde isso vai dar. Pois bem, é aí que a imagem fica em câmera lenta, uma musiquinha do calibre de "all you need is love" surge ao fundo e os dois se abraçam, enquanto a câmera passa por trás de algum objeto fashion. E isso dura no mínimo metade da música. Eis a fórmula do filme inteiro. A maioria dessas "peças musicais" só servem pra isso: dizer o que já fora dito.

No mais, é um exemplo dessa tendência de filmes auto-ajuda para casais bobos, bichas e garotinhas que escrevem "Bruno Gagliasso" no diário. Nem preciso comentar que nem Rachel Weisz nem Natalie Portman pagam peitinho. Hollywood devia deixar o Kar Wai de lado e importar Tinto Brass -- ele sim saberia usar muito bem essas duas!